terça-feira, 18 de maio de 2010

30 anos depois a memória de Ian Curtis continua viva



Morreu aos 23 anos, no dia 18 de Maio de 1980. Ou melhor, pôs fim à vida. 30 anos passados sobre o seu enforcamento, Ian Curtis, lendário vocalista dos Joy Division continua a ser uma referência incontornável para todos aqueles que gostam de música.
Tinha uma maneira muito própria de ser, de estar e de cantar. Sofria de ataques epilépticos, o que lhe conferia uma performance em palco fora do vulgar e que todos reconhecem. “Control”, o filme de Corbijn, homem que conhecia de perto a banda, retrata na perfeição a passagem fugaz de Ian Curtis por esta vida. Um filme a visionar por todos os amantes dos Joy Division. Recomenda-se também o brilhante documentário de Grant Gee, realizador britânico, que a Midas editou e ainda se encontra disponível para compra.
Ian Curtis nasceu no Memorial Hospital em Old Trafford, Manchester, em 1956, tendo crescido em Hurdsfield.
Desde muito jovem, que Ian Curtis mostrava interesse pela música e pela poesia, nunca tendo ligado muito aos estudos. Esta paixão levou-o a trabalhar numa loja de discos, antes de se tornar funcionário público, tendo tido empregos em Manchester e, mais tarde, em Macclesfield.
Em 1976, Ian, depois de assistir a um concerto dos Sex Pistols, haveria de decidir o seu futuro, tendo-se convencido que o palco era a sua vida.
Depois de ver um cartaz onde Bernard Sumner e Peter Hook recrutavam elementos para uma banda, apresentou-se e os três firmaram um acordo.
Mais tarde, o trio recrutou (e rejeitou) uma sucessão de bateristas até à decisão de aceitar Stephen Morris como o quarto membro da banda, que se veio chamar, por um curto período de tempo Warsaw. Em 78, mudam o nome para Joy Division por causa de conflitos com outra banda.
A banda, ao que consta, assinou contrato com a lendária Factory Records, de Tony Wilson devido à persistência de Ian Curtis, tendo-se tornado desde logo a grande marca da casa.
Grande parte das canções escritas por Ian Curtis, estavam carregadas de dor, levando muitos a pensar que o cantor escrevia sobre si.
Com um estilo próprio, que podemos denominar de pós-punk, a banda com a ajuda do produtor Martin Hannett, gravou alguns dos seus grandes clássicos em 79 no Cargo Studio Recordings pertencente a John Peel.
Para a posteridade os Joy Division deixaram dois Lps de originais. A saber: “Unknown Pleasures” de 1979 e “Closer” de1980. Para alem disso ficaram registados vários singles e 12”.
“Closer” o segundo disco dos Joy Division, saiu já depois de Ian Curtis ter morrido, tendo no entanto sido totalmente preparado ainda o cantor estava vivo. Mesmo a capa que contem a mítica fotografia de uma tumulo, foi pensada e concebida antes. Uma coincidência bastante mórbida.
A última apresentação ao vivo de Ian Curtis aconteceu no dia 2 de Maio de 1980, na Universidade de Birmingham, no mesmo mês de sua morte. Neste concerto a banda tocou pela primeira e última vez a música "Ceremony", tema que depois os New Order registaram.
Os efeitos da epilepsia e os seus problemas pessoais, como o divórcio conturbado e o caso extra-conjugal com a jornalista belga Annik Honoré, poderão ter contribuído para o suicídio.
Ian já tinha tentado a morte com um overdose de comprimidos para a epilepsia. Como se constou na altura, uma espécie de pedido de ajuda que não resultou, tendo o cantor posto fim à vida a 18 de Maio de 1980, no seu apartamento, numa altura em que a banda planeava uma tour na América.
Ian Curtis foi cremado e as suas cinzas foram enterradas em Macclesfield, com uma lápide com a inscrição "Love Will Tear Us Apart" ("O Amor Vai Nos Destruir"). O epitáfio, escolhido por sua esposa Deborah, é uma referência à canção mais conhecida dos Joy Division.
Como é sabido, após a morte de Ian Curtis os restantes elementos formaram os New Order.



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