terça-feira, 3 de março de 2009

Genesis reeditados



A EMI apresenta os álbuns de estúdio de uma das maiores referências da história da música em Box Set, CD, CD/SACD+DVD.


Os Genesis, banda britânica originalmente formada por Peter Gabriel, Mike Rutherford,Tony Banks e Anthony Philips, são hoje considerados uma das maiores referências da história universal da música. Banda amplamente conhecida por duas fases musicais diferentes - na fase inicial da carreira, as suas estruturas musicais complexas, instrumentação elaborada e apresentações teatrais tornou-a numa referência do chamado rock progressivo com criações clássicas como o tema de vinte e três minutos "Supper's Ready". A partir da década de 1980, depois da saída de Peter Gabriel, a sua música tomou um rumo distinto e mais acessível em direcção ao pop.


A trajectória da banda, que vendeu cerca de 150 milhões de álbuns, teve início na Charterhouse Public School, escola pública secundária frequentada pela alta classe média de Londres, próxima de Godalming, Surrey. Gravam a primeira demo que chega às mãos de Jonathan King, um ex-aluno de Charterhouse, assistente de Edward Lewis, presidente da Decca Records, em Londres. Depois de dois singles (The Silent Sun/That's Me e A Winter's Tale/One Eyed Hound, ambos de 1968), o grupo lança seu primeiro álbum, “From Genesis to Revelation” em 1969, reeditados anos mais tarde sob o título “In the Beginning”. Depois de dispensados pela Decca, pelos fracos resultados comerciais, assinam pela Charisma Records, editando em 1970 “Trespass”, o álbum que contêm os primeiros elementos progressivos. Após “Trespass”, entram para o grupo Steve Hackett (ex-The Quiet World) e Phil Collins, depois da saída de um dos membros fundadores, Anthony Philips. É esta a formação que será responsável pelas cinco obras-primas que se seguiriam e consensualmente eleita como a fase de ouro dos Genesis: “Nursery Crime” de 1971; “Foxtrot” de 1972; “Genesis Live” e “Selling England by the Pound” (considerado como a obra prima da banda) de 1973; “The Lamb Lies Down on Broadway” de 1974.


Os ingredientes responsáveis pelo sucesso desta fase são sem dúvida a introdução de letras elaboradas e surreais, inspiradas na ficção científica, nas poesias de William Blake, nos contos de fadas de Grimm, nas histórias fantásticas de Lewis Carol e nos contos de terror de H. P. Lovercraft, aliadas a um processo de composição estruturalmente complexo e apenas comparado aos King Crimson. Música idiossincrática, sem concessões.


Peter Gabriel, que decidira de vez delegar em si todas as decisões do grupo, assinando a quase totalidade das composições e assumindo o processo de gravação, entra em desentendimento com os restantes membros e decide sair. Porém é convencido a permanecer com a banda por mais seis meses, durante a tour de promoção do álbum, que passou pela Europa e Estados Unidos, incluíndo aquele que para muitos é o melhor concerto de sempre realizado em Portugal, no já desaparecido Pavilhão de Cascais.


Em Maio de 1975, Peter Gabriel finalmente deixa os Genesis e decide partir para uma carreira a solo, enquanto o resto da banda, depois de uma exaustiva procura por um vocalista, decide por uma solução caseira: o baterista Phil Collins. No ano seguinte, o grupo lança o álbum “A Trick of the Trail” e percebe que a sua reputação não foi abalada, o que lhe dá confiança ao quarteto a seguir em frente e gravar ”Wind and Wuthering”. Depois de “Seconds Out”, é a vez de Steve Hackett deixar a banda.


“...And Then There Were Three, de 1978, marca em definitivo o novo rumo do grupo para caminhos extremamente comerciais, com melodias ágeis e de fácil consumo. O rock progressivo, que tinha posto os Genesis na história da música universal fica para segundo plano, desaparecendo gradualmente dos restantes discos do grupo. Nos anos seguintes o grupo investe cada vez mais na pop, com grandes êxitos comerciais como “Duke”, “Abacab”, “Three Sides Live” (live), “Genesis”, “Invisible Touch” e “Throwing It All Away”. De banda de culto, os Genesis transformam-se num dos maiores fenómenos da música pop.


Em 1996, Phil Collins decide deixar a banda para também se dedicar à sua carreira a solo. Dessa vez, ao contrário do que havia ocorrido com a saída de Peter Gabriel, os Genesis sentem o golpe, pois o substituto, Ray Wilson só gravou “Calling All Stations”, o último registo de estúdio do extenso legado do grupo.


É toda esta história, sem precedentes na indústria musical, que agora é revisitada e reeditada fruto de um trabalho que começou em 2007. Este ambicioso projecto contemplou todos os 14 álbuns de estúdio em duas versões: CD simples com o som remasterizado e “Collector’s Edition” em formato duplo, com o som remasterizado num suporte CD/SACD (híbrido e com som digital 5.1) e DVD com vários extras, onde se destacam vídeos, actuações, entrevistas, fotos, e mais memorabilia.


As “Collectors Edition” são ainda apresentadas em duas box-sets, uma que junta os 5 álbuns editados pelos Genesis no período de 1970 a 1975 e outra que junta os 5 álbuns editados pela banda no período de 1976 a 1986. Cada uma destas caixas inclui um sexto CD/SACD+DVD com temas bónus e um livrete de 48 páginas, exclusivos destas caixas.




Sem comentários: