sábado, 14 de fevereiro de 2009

Discos perdidos 02


Já lá vão mais de 6 anos de programa. Perde-se a conta às horas. Às passadas em estúdio e às outras a preparar. O Discos Perdidos chegou a acontecer comigo ao sábado e com o Fausto Silva ao domingo. Agora está como começou, ao sábado comigo.
Mas verdade seja dita, não foi sempre assim. A ideia nasceu quando me pediram para preencher umas horas numa grelha de verão. Na altura levava quilos de vinil para a RUC. Hoje felizmente está quase tudo convertido ao formato digital.
De inicio o programa centrava-se mais nos anos 80. No pós punk, no new wave, no electro pop, nos neo romanticos e no indie
Mais tarde, quando decidi continuar com o programa, e o instalar ao sábado entre as 15h00 e as 17h00 (depois de me aperceber que tinha ganho um núcleo de ouvintes), vi que era urgente alargar mais os horizontes.
Era impossível não abordar os anos 70. Escutar pós punk e não ir à raiz da música que lhe dera origem e que florescera nos anos 70, parecia-me quase um perfeito disparate. Assim comecei a passar bandas de punk, de que muito gosto. E já que entrara nos anos 70, porque não abordar estilos que como o punk passaram dos 70 para os 80, depois de já terem virado a década anterior. O ska em especial e o reggae por afinidade. E assim comecei a mergulhar maias a fundo na cultura de 70. O rock, o progressivo e algum glamour.
Ao longo destes anos nunca esqueci a música nacional. Tive horas dedicadas às bandas de guitarra. À distorção. À indie pop. A sons mais experimentais. À música electrónica. À soul. Ao gótico. Aos ritmos dark mais cinzentos. Fiz programas mais calmos com paisagens country de fundo. Abordei o blues. Tive horas só com mulheres e outras sem nenhuma voz a acompanhar os instrumentistas.
Enfim, fiz aquilo que gosto. Recordei os grupos com que cresci e outros que fui descobrindo e de que me tornei admirador incondicional.
Sei que já fidelizei ouvintes. Por isso saltei do palco da RUC, para a cabine de DJ de alguns bares. E uma coisa vos garanto: enquanto houver nem que seja um ouvinte do outro lado, o Discos Perdidos continuará no ar, tirando o pó a disco que não têm tempo nem idade. E que a memória não apaga.
Enquanto sentir prazer durante aquelas duas horas podem querer que me vão continuar a escutar e a recordar o passado. Porque eu meus amigos, não vou em modas…


Por curiosidade recorde-se a playlist da primeira emissão ao sábado que foi para o ar em 21/07/02


1ª Hora
1 - Clash - Should i stay oy should i go
2 - Ramones - California sun
3 - Peste & Sida - Sol da Caparica
4 - The Buzzcoks - Ever fallen in love (with someone you shouldn’t’ve)
5 - Dr. Feelgood - Milk and alcohol
6 - Sex Pistols - Anarchy in uk
7 - Pil - Public image
8 - The Jam - Going undergrund
9 - Generation X - King rocker
10 - Ian Dury - Sex drung and rock and roll
11 - Squeeze - Coll for cats
12 - Rui Veloso - Chico fininho
13 - Devo - Satisfection
14 - Blondie - Denis
15 - Pretenders - Brass in pocket
16 - Suzi Quatro - Devil gate drive
17 - Lene Lovich - Lucky nunber
18 - Marta & The Muffins - Echo beach
19 - Be Bop Delux - Ships in the night


2ª Hora
1 - Echo & The Bunnymen - Silver
2 - Sound - Winning
3 - House Of Love - Christine
4 - Jesus And Mary Chain - April skyes
5 - Clan Of Xymox - A day
6 - Joy Division - Love will terar us apart
7 - Bauhaus - Kick in the eye
8 - Killing Joke - Love like blood
9 - Gene Loves Jazebel - Bruises
1o - The Mission - Severina
11 - Sisters Of Mercy - Body and soul
12 - Fields Of Nephilin - Moonchild
13 - The Cure - Charlottes sometimes


Nuno Ávila

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